sexta-feira, 12 de agosto de 2016

PANELA VELHA É QUE FAZ COMIDA BOA... SERÁ?

Hoje enquanto me preparava para começar a fazer o almoço, abri o armário para escolher qual panela iria usar e lembrei-me que na adolescência minha mãe ganhou de presente do meu pai, um jogo de panelas de última geração. Eram as mais lindas, pesadas, caras e brilhantes do mercado. Com certeza, ao desejá-las deve ter feito um monte de planos de como iria utilizá-las, mas ao fazer sua primeira receita, veio a grande decepção, as panelas não eram tão perfeitas assim... A comida grudava e queimava mais rápido que as outras panelas e no final só dava dor de cabeça e arrependimento. Depois de pouquíssimo uso, as tão sonhadas panelas foram doadas.
Quando fui me casar, montei a lista de presentes e entre eles, as lindas panelas. Eram de fato muito atraentes, eu tinha que ter ... Ganhei três jogos, sendo dois comuns e um das tão sonhadas. Sou casada há onze anos e confesso que por todo esse tempo estava usando as comuns. Pensava em usar as lindas panelas em um momento especial ou na falta das outras. No fundo o que ocorria é que eu tinha uma crença limitante, ou seja, um pensamento cristalizado que de tanto ouvir minha mãe, acreditava que as panelas não iriam prestar.
Até que certo dia resolvi fazer uma faxina geral, me desfazer de algumas coisas que não estava usando ou não eram mais eficientes. Confesso que nunca havia mexido nas panelas, cuidava de todas com o maior carinho. Então, separei as velhas para doação e peguei as novas para o uso diário. Com muito frio na barriga, fui fazer meu primeiro experimento já me justificando ao meu marido: _ Se grudar no fundo, é culpa da panela!
Quando a comida ficou pronta, você não vai acreditar. Ficou tudo perfeito! Sem grudar, sem ficar ruim, apenas comida fresquinha e gostosa feita em lindas panelas brilhantes e muito eficientes por sinal.
Refletindo sobre esta situação percebi o quanto nos acostumamos e apegamos ao ruim, não tão bom, velho e deixamos de desfrutar de diversas possibilidades que a vida nos oferece. Talvez por medo, comodismo, apego ou apenas de ter ouvido alguém falar de sua experiência ou impressão pessoal, sobre aquilo ou aquela pessoa, acreditando que podem deixar “queimar o arroz no final”. Com isso, nos privamos de vivenciar situações que podem ser desde as mais saborosas até grandes oportunidades de nossa vida!
Camila Volpe
Terapeuta & Coach

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